Foi no vestiário do Beira-Rio, espaço simbólico, habitat natural dos maiores ídolos vermelhos, que Paulo Roberto Falcão foi apresentado oficialmente como técnico do Inter na tarde desta segunda-feira. É a casa dele, é seu lar, doce lar. É, acima de tudo, seu terreno de comando em busca da reconquista da América, à caça do tricampeonato da Libertadores. Enquanto a torcida, nas arquibancadas do Gigante, esperava pelo ídolo, Falcão falava novamente como profissional do clube que o revelou. Falcão volta ao Beira-Rio 18 anos depois de ter treinado o Inter (1993) e mais de três décadas após deixar de vestir vermelho para virar o Rei de Roma.
O novo técnico do Inter, enquanto caminhava pelo vestiário, recebia aplausos de dirigentes e conselheiros. Falcão sentou-se a uma mesa junto com os principais dirigentes do clube. Atrás dele, coberto pelo banner com os patrocinadores do Inter, estava um enorme painel com os atletas erguendo a taça do Mundial de 2006. Alguns dos principais jogadores do atual elenco foram convidados para ir até ali. E então Falcão começou a falar, orgulhoso do momento vivido.
- É desnecessário dizer como é importante esse momento, o quanto significa para mim. Todas as pessoas que me acompanharam ou que leram sobre a história do Internacional sabem como é minha relação com o clube. Comecei aqui aos 11 anos, e fiquei até os 27, quando fui jogar no Roma. Mas nunca me desliguei do Internacional. Mais tarde, voltei a trabalhar no clube, por seis meses, e agora volto a ter essa oportunidade.
O treinador disse que decidiu voltar à carreira porque sentia falta da adrenalina. E afirmou que vive um momento único.
- É um momento histórico para mim. São momentos que temos que aproveitar. Não conseguimos, ao longo do tempo, viver sem adrenalina. Eu estava sentindo falta disso.
Falcão, tricampeão brasileiro pelo Inter como jogador, quer títulos inéditos para ele. O ídolo jamais foi campeão da Libertadores ou do mundo. Cercado por atletas que têm esse feito, ele admite até certa inveja. E parte em busca dessas conquistas.
- Não gosto de comparações. Aquele Inter era maravilhoso, mas nunca foi campeão da Libertadores, e eles foram. Eu quero me juntar com eles para ganhar Libertadores, ganhar Mundial. Aqueles times foram brilhantes, maravilhosos, mas não ganharam a Libertadores. São outros tempos, outra estrutura, outra realidade, pessoas diferentes. O que se tem presente é a história desse clube, a história dessa instituição. Eu jamais vou esquecer, me pegou muito, quando o Internacional embarcou para jogar o Mundial de 2006. Aquilo me emocionou muito. Foi marcante. Senti um pouco de inveja desses rapazes, porque a torcida do Internacional estava levando o Internacional até onde eles podiam ir. Recentemente, não foram só ao aeroporto: foram em 10 mil para o Mundial. Por essa gente, temos que ter o maior carinho, temos que nos entregar demais. Cada vez que a gente estiver no treinamento, em campo, temos que pensar nessa responsabilidade.
Falcão não teve só a companhia de alguns dos líderes do elenco em sua apresentação - Bolívar, D'Alessandro, Tinga, Rafael Sobis e Kleber marcaram presença. Centenas de torcedores fizeram o mesmo. E receberam, do gramado principal do Beira-Rio, um aceno do comandante da luta pelo tricampeonato da América.
fonte: globo.com
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